É realmente um jardim encantador... mas quando parei para olhar através do teto de vidro, minha expressão de tranquilidade deve ter se derrubado instataneamente.
Não há nada que me chateie mais do que um dia nebuloso...
Simplesmente porque a névoa faz questão de esconder tudo que eu mais amo no céu.
Cobre o Sol, mesmo quando está tímido durante o outono. Esconde aquelas nuvens branquinhas, gostosas de se ver para imaginar o que o formato delas significa. De noite faz sumir as estrelas e apaga a lua, por maior que ela esteja... fica tudo tão sem graça.
Prefiro mil vezes os dias cinzentos de chuva grossa! Eles são cheio de nuvens bravas correndo pra lá e pra cá espalhando água e fazendo com que o ciclo se renove. Mas com a névoa não há movimento...
Nesse dia comecei a achar que era melhor me trancar no dormitório e meter a cabeça no travesseiro. Se nem o céu estava a fim de se revelar, o que que eu ficar fazendo andando por ai?
Mas eu tentei pensar em alguma coisa boa naquilo tudo. E por mais difícil que pareça, percebi que a névoa tem uma vantagem que nenhum dos outros elementos do céu tem...
Ela é densa, sem forma, e esconde tudo que há de mais belo, mas graças a ela valorizamos ainda mais o que não pode ser visto.
É, pode parar para observar... mesmo que você não passe o tempo vendo as belezas lá de cima, com certeza sente falta delas quando tudo fica nebuloso. Você passa a contar as horas para que tudo volte a beleza de antes, e quando enfim volta você faz questão de perder pelo menos alguns minutos olhando tudo o que se escondeu por um tempo. Incrível, não é?!
E na vida é sempre assim... a gente não percebe o quanto a vida é boa até que momentos ruins aconteçam.
Por mais que sejam quase insuportáveis, eles passam e ai você passa dar mais valor àquilo que por uns instantes perdeu. Não é?!
Nunca pensei que conseguiria gostar de um nevueiro, mas ultimamente eles não me incomodam mais... se eu não posso ver o brilho do céu, eu posso pelo menos fazer o meu céu brilhar pra mim!
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